A eleição para governador de São Paulo no ano que vem caminha para colocar algumas lideranças locais numa bela sinuca de bico.
O raciocínio não é simples, mas vamos tentar passar com clareza para o nosso nobre leitor.
Tudo indica que as eleições para o governo do estado terão de um lado Rodrigo Garcia/João Doria, pelo PSDB, e do outro Geraldo Alckmin, que deve se alojar em outro partido.
O que isso implica para a política local?
Nas últimas eleições o deputado federal Fausto Pinato (PP) começou o pleito ao lado de Garcia, Doria e do candidato a presidente Geraldo Alckmin.
Antes do primeiro turno trocou Alckmin por Bolsonaro e depois Doria e Rodrigo Garcia por Márcio França.
Se a eleição ficar polarizada entre Rodrigo Garcia/João Doria e Alckmin, o PP até pode ir com algum dos dois lados, mas Fausto certamente será olhado com reservas em qualquer lugar.
A questão com Rodrigo Garcia como candidato e possível governador deixa a coisa ainda pior, já que ele e Fausto trabalharam juntos para fortalecer a campanha de João Doria.
Pinato alega nos bastidores que foi traído por Garcia colocando o candidato – e hoje deputado -, Geninho Zuliani, em territórios que seriam do fernandopolense.
Nacionalmente falando, Fausto sempre criticou a esquerda e está sempre em colisão com Bolsonaro.
Mais uma vez Fausto se veria fora dos polos antagônicos e, por enquanto, dominantes.
Falando na nossa casa, o prefeito André Pessuto (DEM), que já teve relacionamento próximo com Garcia, vê o “ex-padrinho” ir para o partido do vice, Artur Watson, o PSDB.
Pegando no ponto que importa nesse xadrez ingrato – e de ingratidão? -, onde fica nossa representatividade?
Pelos fatos recentes – a questão pandêmica está aí para não deixar dúvidas -, as trocas resultaram em falta de representatividade.
Há um desequilíbrio de forças do Executivo fernandopolense no Palácio dos Bandeirantes. Algum tentará ser o salvador da Pátria e buscar novamente alguma força com o governo estadual? O quanto isso pesará para que egos sejam inflados?
Ano que vem é ano de guerra, e na guerra ninguém é santo.
Fernandópolis pode estar com pouca representatividade, mas os motivos para a falta dela podem falar muito sobre o futuro político – próximo -, da nossa cidade.
Aguardemos.