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De volta ao jogo: confira especial sobre a carreira política de Gilmar Gimenes



HISTÓRICO
O agora candidato a deputado federal Gilmar Gimenes (PL) tem uma história peculiar. Por anos ele foi um dos assessores do ex-deputado e secretário, Júlio Semeghini, virou deputado e hoje está no limbo político. Ser o homem de confiança de Semeghini, o “menino de ouro” da nossa elite, fazia com que Gimenes tivesse bastante moral nos bastidores. 

PRIMEIRO VOO
Sempre em bons cargos, o que lhe conferiu o status de ser um homem preparado, e no amigo que deixou de se candidatar, Gimenes se aventurou nas eleições de 2014 e foi candidato a deputado estadual.

EM CHOQUE
Quem acompanhou de perto aquele pleito já anteviu um problema. O relacionamento de Gimenes e do então candidato a deputado federal, Fausto Pinato (na época no PRB), foi conturbado desde o início, inclusive com celeumas do passado bastante presentes. 

DISCURSO
A dobrada ocorreu mais pela vontade de quem estava ao redor e acreditava no discurso e na necessidade de dois “filhos da terra” eleitos, do que pelo empenho de ambos. A campanha, obviamente, foi conturbada, com ríspidas divergências.

SUFRÁGIO
Quando as urnas se abriram, Fausto, com 22 mil votos, estava eleito. Gimenes, com 63 mil, ficou como suplente. 

ASCENSÃO 
Chega 2016 e as eleições para prefeito. Fausto e Gimenes fazem parte da base que elege André Pessuto. Para Gimenes, o fundamental é a eleição de outros deputados em suas respectivas cidades, que o leva à ALESP.

BREVE...
O cenário no início de 2017 é o seguinte: Fausto é deputado federal e Gimenes estadual. Ambos integram a base de Pessuto, cada um com seus cargos e secretarias. Naquele momento o relacionamento parecia bom, a ponto de Fausto levar Gimenes para o PP.

UNIÃO
Mas o ego, caro leitor, é a maldição dos políticos de Fernandópolis. Já falamos disso por aqui. Em 2018 a relação azedou de vez. O racha ficou claro quando o prefeito André Pessuto exonerou a então secretária de Educação, Flávia Resende, sobrinha de Gimenes, do cargo. Neste momento começava a eclipsar a “liderança” de Gimenes.

ESQUISITO
A situação para a eleição de 2018 era insólita. Fernandópolis tinha um deputado federal e outro estadual, mas ambos não estariam alinhados. Pelo contrário! Fausto fechou com o trio Analice, Carlão e Itamar. Gimenes com uma série de candidatos, entre eles o local Cidinho do Paraíso. 

DEU RUIM
Abre parêntese. Fernandópolis tinha um plano, que era ter representação política no Congresso e na ALESP. Fernandópolis naufragou neste plano por culpa de Fausto, Gimenes, seus egos e interesses. Fecha parêntese. 

CENÁRIO
Fausto se reelegeu com praticamente 120 mil votos. De volta ao PSDB, Gimenes ficou longe até da suplência, com 31 mil sufrágios.

PRISÃO
Com a derrota, o caminho natural seria Gimenes ser candidato a prefeito contra o grupo formado por Pessuto/Pinato. Seria, não fossem os acontecimentos daquela segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020. Numa operação contra desvios na Santa Casa Fernandópolis, Gimenes e outras figuras conhecidas dos fernandopolenses foram presas. 

SEM RESULTADO
As apurações ainda estão rolando, a Justiça proferiu decisões favoráveis e desfavoráveis para todo lado e ainda não há uma definição sobre culpados e inocentes. E a intenção da coluna nem é fazer um julgamento sobre isso, até porque tudo indica que Gimenes foi ou será absolvido. O objeto aqui é mostrar como essa situação mudou o curso da vida política de Gimenes.

BLEFE
Mesmo sem condições, naquele momento, de se candidatar a prefeito, na última semana para o registro das candidaturas, Gimenes procurou os candidatos que fariam oposição a Pessuto para dizer que o então governador João Doria chegaria em Fernandópolis para oficializar Gimenes como candidato. 

NUM ROLOU
Gimenes, sumido da política local e  vendo seu partido como vice na chapa do atual prefeito, pediu para Colombano e Henri se retirarem da disputa, dizendo que o governador viria até Fernandópolis para sacramentar sua candidatura. Sabemos que não rolou.

META
Agora, em 2022, Gimenes ressurge. Curiosamente, sua candidatura a deputado federal pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, remete à estratégia de Fausto em 2014. Através dos puxadores de voto e com alguma sorte, chegar ao Congresso Nacional com “poucos” votos. É isso aí, teremos Fausto x Gimenes.

ALVO
Além da própria eleição, o objetivo também é atrapalhar a candidatura de Fausto na região. Lembrando que as relações entre o parlamentar fernandopolense e a família Bolsonaro não é das melhores.

EM PERSPECTIVA
Numa perspectiva temporal, é claro como a distância cada vez maior para o “padrinho” Semeghini enfraqueceu Gimenes. Vários daqueles que estavam com o ex-deputado migraram para o grupo de Pinato, até porque GG, como é conhecido  no meio político, nunca teve muita proeminência no âmbito local. 

DIRETO AO PONTO
Sem meias palavras, o fato é: no geral, a sociedade fernandopolense sempre tolerou Gimenes, mas nunca o apoiou genuinamente. Uma liderança que sempre tentou se impor na base da rispidez e do poder financeiro. Líderes assim só mantém alguma relevância quando estão no poder. E isso serve para todos, não apenas para GG. 

AINDA DÁ
Porém, contudo, entretanto e todavia, Gimenes está posicionado da melhor maneira possível pensando em ganhar sobrevida política no pleito de outubro. Aguardemos.


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