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Vacina da Pfizer só protege parcialmente contra ômicron, mostra estudo inicial



A variante ômicron do coronavírus pode escapar parcialmente da proteção da vacina contra Covid da Pfizer e sua parceira BioNTech, disse nesta terça-feira (7) o chefe de pesquisa de um laboratório do Instituto Africano de Pesquisa em Saúde, na África do Sul.

Alex Sigal, professor no instituto, disse no Twitter que houve "uma queda muito grande" na neutralização da variante ômicron em relação a uma cepa anterior de Covid.

O laboratório testou o sangue de 12 pessoas que foram vacinadas com o imunizante da Pfizer/BioNTech, segundo um texto publicado no site de seu laboratório. Os dados preliminares do documento ainda não foram revisados por outros cientistas.

De acordo com o documento, foi observado um declínio de 41 vezes nos níveis de anticorpos neutralizantes contra a variante ômicron.

O sangue de cinco entre seis pessoas, previamente infectadas pela Covid-19 e que haviam sido vacinadas, porém, ainda neutralizou a variante ômicron, diz também o texto —o que sugere que doses de reforço podem ser capazes de frear a doença.

Sigal afirmou no Twitter que o número deverá ser ajustado depois que seu laboratório fizer mais experimentos.

Embora os anticorpos neutralizantes sejam um indicador da resposta imunológica, os cientistas acreditam que outros tipos de células, como a B e a T, também são estimulados pelas vacinas e ajudam a proteger contra os efeitos do coronavírus.

A variante ômicron, detectada pela primeira vez no sul da África no mês passado, disparou alarmes em todo o mundo quanto a mais um surto de infecções, com mais de duas dezenas de países, do Japão aos Estados Unidos, relatando casos.

A Organização Mundial da Saúde a classificou em 26 de novembro como uma "variante de preocupação", mas disse que não havia evidências que apoiassem a necessidade de novas vacinas projetadas especificamente para lidar com a variante ômicron e suas muitas mutações.

Ainda não há dados significativos sobre como as vacinas da Moderna, Janssen e outras empresas farmacêuticas se portam diante da nova variante. Todos os fabricantes, incluindo a Pfizer, deverão divulgar seus dados dentro de semanas.

O principal especialista em doenças infecciosas dos Estados Unidos, o médico Anthony Fauci, disse nesta terça-feira (7) que a evidência preliminar indica que a variante ômicron do coronavírus provavelmente tem um maior grau de transmissibilidade, mas é menos severa.

Ele disse que os Estados Unidos estão fazendo testes para determinar a proteção das vacinas atuais contra a variante, e espera resultados na próxima semana.

Umer Raffat, analista da Evercore ISI, rechaça uma conclusão com base em um único estudo, observando que houve variabilidade significativa na medição de redução dos níveis de anticorpos em estudos de laboratório anteriores.

"Vamos esperar estudos adicionais para formar um mosaico", disse ele.


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