Direito

Soldador preso por cometer estupros em série vai a júri popular



A Justiça determinou nesta terça-feira (30) que o soldador acusado de cometer uma série de crimes violentos contra mulheres em cidades do noroeste paulista vá a júri popular. A data para o julgamento ser realizado ainda não foi marcada.

José Antônio Miranda da Silva foi preso no bairro Ouro Verde, em São José do Rio Preto (SP), no dia 19 de junho de 2020. Ele segue à disposição da Justiça em um presídio do interior de São Paulo.

As investigações comandadas pelo delegado Wander Luciano Solgon apontaram que o soldador estuprou 17 mulheres de forma extremamente violenta e cometeu três homicídios.

“O caso foi todo investigado por nós, mas o processo acabou sendo desmembrado em três, porque alguns crimes foram cometidos em outras comarcas. Nosso trabalho será realmente encerrado com a condenação. Porém, ficou claro que as provas colhidas durante o inquérito foram suficientes para o juiz iniciar o processo do júri", afirmou Wander Solgon ao g1.

Segundo o delegado, o soldador convivia com uma companheira e agia de forma totalmente diferente dentro e fora de casa.

"A mulher não tinha ideia do que o companheiro fazia. Ela ficou totalmente surpresa quando descobriu. O lugar dele não é na rua. Ele agia em série e só parou porque foi preso. Não sou médico, mas creio que é uma pessoa que, se sair da cadeia, vai continuar cometendo crimes. Podemos chamá-lo de estuprador em série. Serial killer é outro tipo de padrão. Agora temos que nos preparar para conseguir convencer os jurados de todos os crimes", explicou.

Denúncia
De acordo com o Ministério Público (MP), José da Silva foi denunciado por dois homicídios consumados, sete tentativas de homicídio, cinco roubos e sete estupros. Ele vai a júri popular por cometer os 21 crimes contra nove mulheres.

O promotor José Márcio Rossetto Leite espera que o soldador seja condenado a 200 anos de prisão.

“As tentativas e os homicídios foram triplamente qualificados por crueldade, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Nossa ideia é deixá-lo ser condenado pelo tribunal do júri. Assim garantimos que o soldador vai ficar ao menos 40 anos preso. Ele não pode mais sair da cadeia”, explicou o promotor na época em que ofereceu denúncia.

A primeira audiência de instrução sobre o caso foi realizada no dia 21 de novembro. O réu e as testemunhas de acusação e de defesa foram ouvidos. Em seguida, o promotor e o advogado também se manifestaram.


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