A região tem três mortes confirmadas por coronavírus. Nesta segunda-feira, 6, Catanduva atestou seu primeiro óbito pela doença. A vítima é uma idosa de 87 anos cuja infecção havia sido diagnosticada por exame no último sábado, 4. Ela teve contato com parente que mora na capital paulista e também apresentou os sintomas e estava internada no Hospital Unimed São Domingos.
No final de semana, Rio Preto havia confirmado os dois primeiros óbitos por Covid-19, de uma mulher de 79 anos e de um homem de 73, ambos falecidos no sábado, 4. A cidade investiga outras cinco mortes suspeitas. Santa Fé do Sul, Jales e Ouroeste também investigam óbitos - são dez suspeitas na região.
A idosa de Rio Preto tinha sequelas de acidente vascular cerebral (AVC), era colostomizada, hipertensa, diabética e estava acamada. Foi internada no Austa com pneumonia, teve alta e foi para casa. Alguns dias depois, retornou ao hospital com suspeita de infecção urinária e alguns sintomas de doença respiratória, como tosse. Foi feito o exame de coronavírus, que deu positivo. Como seu quadro de saúde era estável, ela foi liberada e estava em casa, sendo monitorada pela Saúde. No sábado, ela passou mal.
O idoso estava internado desde o dia 31 de março, depois de ter apresentado os sintomas no dia 18. Ele tinha comorbidades e estava em ventilação mecânica, ou seja, entubado.
Em Rio Preto, são 33 casos confirmados de coronavírus e 144 exames que aguardam resultado. Dentre os 33 positivos, dez pacientes estão internados, sendo quatro em UTI. Dentre os suspeitos, são 49 hospitalizados, 35 em enfermaria e 14 em leitos de cuidados mais complexos. O restante está em isolamento domiciliar - dois são considerados oficialmente curados e foram liberados do isolamento, pois já não podem mais transmitir a doença, já que estão sem sinais e já se passaram 14 dias desde os primeiros sintomas.
De acordo com o secretário de Saúde, Aldenis Borim, no atestado de óbito dos pacientes que testarem positivo para Covid-19 e falecerem constará coronavírus. "Fica muito difícil você determinar se uma morte foi uma consequência da Covid-19 que piorou o quadro do paciente ou não. Houve muita polêmica nesse sentido nesse final de semana, mas opiniões pessoais não podem ser levadas em consideração quando tem regras bem definidas pelo Ministério da Saúde e que são utilizadas o mundo inteiro."
Conforme o médico, os familiares de ambas as vítimas estão sendo acompanhados pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica. "Mais do que quaisquer outros. A morte por Covid requer que faça acompanhamento."
De acordo com Andreia Negri Reis, gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica, estão sendo testados os profissionais de saúde que apresentem febre e tosse ou dor de garganta ou qualquer outro sintoma respiratório e moradores de Rio Preto que tenham febre e tosse ou febre e dor de garganta mais sinal de agravamento, que é falta de ar ou saturação baixa. Assim como ocorre no resto do Brasil, a Saúde rio-pretense não possui condições de testar para coronavírus todos os pacientes resfriados - segundo a pasta, se os kits forem usados indiscriminadamente poderá faltar para as pessoas em estado grave, para quem a testagem é importante para definir a estratégia de tratamento.
Nesta semana, começaram a ser notificados também os casos de síndrome gripal em moradores que estão bem, sem falta de ar ou saturação baixa - foram 44 até agora. De acordo com Andreia, esse paciente é orientado a ficar em isolamento domiciliar. O médico que o atendeu, na rede pública ou particular, deve fornecer um atestado para ser apresentado no trabalho para ele e seus contactantes. A orientação é que a pessoa retorne se apresentar piora no quadro.
Atendimento
Ocorreu nesta segunda-feira, 6, uma reunião entre representantes da Funfarme (Hospital de Base e Hospital da Criança e Maternidade), Hospital João Paulo 2º, Santa Casa de Rio Preto, Departamento Regional de Saúde e Secretaria de Saúde de Rio Preto para definir estratégias de atendimento aos pacientes com Covid-19 de Rio Preto e região.
De acordo com Jorge Fares, diretor-executivo da Funfarme, nova reunião está programada para esta terça-feira, 7. Estão em debate questões como se o Hospital de Base vai centralizar todos os atendimentos de coronavírus ou se hospitais da região podem absorver parte da demanda. Caso o HB vá fazer todo esse suporte, uma das possibilidades é que as urgências de outras patologias e traumas sejam direcionadas a outros centros.
