Direito

Preso por matar travestis a tiros vai a júri popular nesta quinta-feira



O júri popular de Benedito de Jesus Carvalho, preso por matar a tiros duas travestis e tentar assassinar outras duas, será realizado nesta quinta-feira (11), em São José do Rio Preto (SP). Os crimes foram cometidos no dia 15 de agosto de 2012, com apenas uma hora de diferença entre o primeiro e o último.

Carlos Eduardo Vasconcelos e Abelardo dos Santos Freire, que se identificavam como Eduarda e Isabeli, não resistiram aos ferimentos. Júlio César Bercelini e Gledston Quintino Zaquini, cujos nomes sociais são Jully e Renata, sobreviveram.

De acordo com a Polícia Civil, Benedito de Jesus foi preso no dia 17 de agosto de 2012, próximo ao aeroporto de Rio Preto. Ele é ex-policial militar e foi expulso da corporação por assassinar menores de idade.

Além de ser reconhecido por uma das vítimas, o suspeito escondia uma arma de fogo, três capacetes, celulares e a camisa usada no dia dos ataques dentro da pensão onde morava.

Na época em que os crimes foram cometidos, uma travesti também foi presa suspeita de encomendar a morte das vítimas, mas acabou sendo impronunciada pela Justiça.

O Código de Processo Penal explica que a impronúncia é uma decisão em que o juiz, diante da ausência de provas quanto à materialidade ou indícios suficientes de autoria ou de participação, nega seguimento à ação penal.

De acordo com o Ministério Público (MP), Benedito de Jesus foi denunciado por dois homicídios qualificados e duas tentativas de homicídio qualificadas. Ele pode ser condenado até 70 anos de prisão.

Crimes
Investigações da Polícia Civil apontaram que Benedito convidou a travesti Eduarda para um programa sexual. Aproveitando-se do fato de a vítima estar ajoelhada em uma estrada de terra, o suspeito desferiu dois disparos e a matou.

Benedito, então, subiu na motocicleta que pilotava, dirigiu até a Avenida Cenobelino de Barros Serra e chamou a travesti Isabela para um programa sexual. O autor esperou a vítima virar de costas, realizou um disparo e também a matou.

Logo depois, o suspeito voltou à esquina da rua em que assassinou Isabela, apontou o revólver para a travesti Jully e atirou duas vezes, atingindo a mão e o ombro da vítima.

Segundo o Ministério Público, Benedito saiu em direção ao centro de Rio Preto sorrindo e mandando beijos aos demais travestis que estavam na rua.

Ao chegar ao centro, o suspeito avistou a travesti Renata ao telefone, parou a motocicleta e disparou na direção da vítima, atingindo-a na mão.

O promotor José Márcio Rossetto Leite destacou na denúncia que Benedito ainda atribuiu a si falsa identidade, utilizando documentos e nome de uma terceira pessoa para escapar da responsabilidade penal.


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