Editorial

Prefeitura de Fernandópolis precisa agir contra as aglomerações e comércios que desrespeitam as regras sanitárias para evitar uma tragédia ainda maior



Silenciosamente, sem muito alarde como na época dos Decretos e fechamento do comércio, Fernandópolis vive uma das piores fases desde o início da pandemia do coronavírus.

Até pouco tempo atrás os números de Fernandópolis eram bem melhores que os de Jales e Votuporanga.

Agora não são mais.

O vírus continua matando, e matando pessoas cada vez mais jovens.

Com todas as atividades econômicas liberadas, e a ineficiência do fechamento do comércio da forma como foi feito até hoje, é preciso uma atitude enérgica e, principalmente, estratégica para conter a doença.

E ela está nos olhos de quem dá uma volta por Fernandópolis a noite e aos finais de semana.

As aglomerações têm que acabar.

Festas em chácaras, reuniões de “família” e comércios que não respeitam o mínimo das regras de funcionamento estão aí para todo mundo ver e ouvir.

Sem uma ação coordenada entre Prefeitura, Vigilância Sanitária e Polícia Militar, que envolva a máquina e seus funcionários, os fernandopolenses vão continuar morrendo.

Parte por culpa da própria população, mas parte por omissão dos poderes.

Deixar a UPA exclusiva para Covid-19 e investir nos leitos da Santa Casa foram uma excelente medida.

Mas é preciso mais. E este mais está em fiscalizar as aglomerações, utilizar as técnicas de rastreio de casos para agir onde a doença se prolifera mais e ter coragem para fechar o que precisar.

Se a conscientização do povo é falha, o Estado pode agir.

Tradicionalmente o Estado brasileiro é feito sobre o mantra de vigiar e punir o cidadão. Como exemplos, se você atrasa um imposto fica com o nome sujo, se deixa um terreno sujo mexem no seu bolso, e até mesmo, se você estaciona o carro no centro da cidade e não paga, é multado.

Nessa hora o estado não é bonzinho e age com força e celeridade. Então por que é bonzinho para tomar medidas que vão salvar a vida de dezenas, centenas de pessoas?

A Prefeitura tem cerca de 2 mil funcionários e uma enorme frota de veículos. Se ela, com auxílio do Ministério Público e da Justiça, ambos especialistas em punir, não conseguir realizar forças-tarefas de fiscalização, para que serve o inchaço d amáquina?

A sociedade espera uma resposta do poder Executivo e, mais do que isso, ação para que a pandemia da Covid-19 não seja uma tragédia maior do que já é na história de Fernandópolis.


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