CoronaVírus

Nova variantes correspondem a 73% das amostras de Covid na região e circulam desde janeiro



As novas variantes de coronavírus, provenientes de Manaus e do Rio de Janeiro, estão circulando na região de Rio Preto e podem ter provocado o aumento expressivo no número de internações e mortes. Documento divulgado pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL) aponta que na região estão circulando essas cepas em maior intensidade do que as outras que eram encontradas em larga escala em 2020.

Entre os moradores de Rio Preto, a quantidade de hospitalizados mais do que dobrou em um mês - de 164 em 22 de fevereiro para 369 em 22 de março. A UTI está com ocupação de 100%. O índice de mortalidade em Rio Preto está em 2,4%, não saindo dessa faixa há semanas, porém em números absolutos as mortes subiram muito, já que mais casos (provocados por variantes mais transmissíveis) impactam em mais internações e, necessariamente, em mais mortes. Março de 2021 já é, mesmo antes do fim, o mês com mais óbitos desde o início da pandemia: já foram 202, ante 188 de agosto de 2020, que era o recorde até então. Nesta terça, foram confirmados mais 313 casos de coronavírus e quatro mortes na cidade.

No documento, o Instituto Adolfo Lutz (IAL) não informa quantas amostras de pacientes positivos de Covid foram sequenciadas em cada Departamento de Saúde, mas diz que no total foram 823, tanto pelo IAL quanto por outras instituições, coletadas em janeiro e fevereiro deste ano. Segundo André Baitello, assessor da Secretaria de Saúde, as amostras de Rio Preto foram enviadas de forma aleatória, de pessoas de várias idades. Uma deu positivo para a variante de Manaus, uma preocupação para o município, e uma voltou positiva para a variante B1, que já circulava desde o ano passado. O restante das amostras era de cidades da região.

De acordo com o estudo do IAL, 52,6% das amostras da região analisadas foram de pacientes que foram contaminados pela variante do Rio de Janeiro (chamada de P2), enquanto 21% das pessoas cujas amostras foram analisadas estavam com a variante de Manaus (conhecida como P1), ambas originárias da cepa que circulava no País no ano passado, a B1. As variantes manauara e fluminense já podem ser encontradas em todo o Estado de São Paulo.

"Aumentou o número de casos de maneira muito rápida, de uma forma diferente de como vinha acontecendo, e também a gravidade aumentou, os pacientes estão mais graves", afirma Baitello. O médico pontua que mais mortes eram esperadas, já que há mais internados, porém não em número tão alto. Não existe nenhum estudo que comprove que as variantes acometam de forma mais severa o paciente, apenas que é mais transmissível, mas a maior gravidade é o que a prática clínica tem apontado. "Apesar de mais jovens, têm comprometimentos mais intensos. São casos gravíssimos."

 

 


Mais sobre CoronaVírus