Meio Ambiente

Moradores se unem para salvar peixes após lagoa secar na região



Depois de ver uma lagoa secar por conta do longo período de estiagem, três moradores do interior de São Paulo decidiram, literalmente, arregaçar as mangas e entrar na lama para salvar peixes que estavam morrendo.

Com baldes, peneiras e ferramentas improvisadas, Mauro Sérgio Conelheiro, Letícia Conelheiro e Leandro da Silva Rodrigues recolheram os animais e os transferiram para outa lagoa. As duas ficam às margens da rodovia Marechal Rondon, em Araçatuba (SP).

De acordo com o ferramenteiro Leandro Rodrigues, de 27 anos, a iniciativa de ajudar os peixes foi colocada em prática, primeiramente, por Mauro.

“Ele mora em Guararapes, mas passa direto pela lagoa para vir trabalhar em Araçatuba. Em um dia, ele resolveu parar para ver como estava a situação e percebeu que a água tinha diminuido e que os peixes estavam morrendo”, contou.

Durante alguns dias da semana passada, Mauro recolheu os peixes, atravessou a rodovia com os animais em baldes e os transferiu para a outra a outra lagoa.

Ao ficar sabendo da atitude do companheiro de trabalho, Leandro também resolveu ajudar. Os três, então, uniram forças e tentaram salvar, no último domingo (29), o máximo de peixes que conseguiram.

“Conseguimos tirar muitos cascudos, lobós e tilápias. Acreditamos que conseguimos salvar mais de 500 peixes. Nós optamos por jogá-los na outra lagoa, porque não tínhamos outro lugar”, afirmou.

Vídeos gravados pelo ferramenteiro, para pedir ajuda a outras pessoas, mostram como os três fizeram o resgate e a transferência dos animais. Também é possível ver nas imagens que alguns peixes não resistiram e que os moradores ficaram inteiros sujos de lama.

“Fomos na segunda-feira, mas percebemos que já não tinham tantos. Vamos voltar nesta quarta-feira para ver se conseguimos tirar mais alguns peixes, mas acredito, pela forma como estava no domingo, que não tenha sobrado muita coisa, infelizmente”, disse.

Segundo Leandro, o intuito da ação foi salvar os peixes, mas também incentivar outras pessoas a tomarem atitudes para ajudar animais que estejam ameaçados.

“Acredito que temos um pedacinho no céu guardado. Poder ajudar foi uma satisfação muito grande. Estamos criando um grupo. Queremos reunir um pessoal para ajudar outros animais. Existem outras lagoas que também estão secando”, contou.

Estiagem
De acordo com Fernando Tangerino, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Ilha Solteira (SP), a lagoa pode ter secado por conta da falta de chuva que atinge a região noroeste paulista neste ano.

“Nesse ano, deveria ter chovido 1.230 milímetros. Contudo, choveu apenas 620. A consequência prática disso é diminuição da recarga do lençol freático. Outras minas, lagoas e córregos da região noroeste paulista também secaram”, afirmou.

“Essa situação influencia em tudo, porque água é fonte de vida. Se a chuva não vier, vamos entrar 2021 em uma situação crítica e continuar com problemas”, complementou.


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