Meio Ambiente

Monitor coloca a região como a mais seca do País



A falta de chuvas nos últimos meses fez a região de Rio Preto entrar na chamada “seca excepcional” em julho, segundo o Monitor de Secas, da Agência Nacional de Águas (ANA). Com isso, o noroeste do Estado de São Paulo aparece como a região mais seca do País, inclusive mais do que o interior do Nordeste.

Para se ter uma ideia, em março, o Noroeste Paulista já estava classificado na chamada "seca extrema”. Quatro meses depois, a situação piorou ainda mais e, agora, a região de Rio Preto aparece na pior classificação de seca do Brasil.

Segundo a ANA, a expectativa é que a situação piore e que haja perdas de pastagem, escassez de água nos reservatórios, córregos e poços de água, criando situações de emergência na região. Atualmente, quatro cidades da região adotam racionamento de água: Rio Preto, Santa Fé do Sul, Uchoa e Suzanápolis.

Outros municípios, como Catanduva, resolveram controlar a vazão de água das torneiras dos moradores com o objetivo de evitar um consumo exagerado. Entretanto, pesquisadores dizem que a situação deve piorar ainda mais com a falta de chuvas, e outras cidades também adotem racionamento de água nas próximas semanas.

Segundo o professor da Unesp de Ilha Solteira, Fernando Braz Tangerino Hernandez, o baixo de volume de chuvas registrado no ano passado fez com que a região entrasse em 2021 em situação de alerta. “Estamos com o menor volume de chuvas desde dezembro, e registramos em média 93 dias sem chuva diária maior que 10 mm. Populina, às margens do rio Grande, que já amargou no ano passado 182 dias sem chuvas, lidera novamente neste ano com 122 dias”.

Nesta quinta-feira, 19, em pleno inverno, o termômetro da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) marcou 33,9 graus às 16h, em Rio Preto. Além disso, a umidade relativa do ar chegou a 12% na cidade, sendo que o ideal pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 60%.

Meteorologistas dizem que a temperatura continuará subindo nos próximos dias na região, com grandes chances de bater recorde de calor. No ano passado, a estação meteorológica da Unesp de Ilha Solteira, que faz a medição da temperatura desde a década de 1990, apontou que em outubro os termômetros marcaram 44,6 graus, temperatura nunca antes registrada na região desde que a aferição começou a ser realizada.


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