Cidades

Marinha vai investigar naufrágio de barco com moradores da região



A Marinha do Brasil (MB), por intermédio da Capitania Fluvial do Pantanal (CFPN), abriu inquérito para investigar o acidente com o barco-hotel que naufragou na sexta-feira, 15, no rio Paraguai, em Corumbá, Mato Grosso do Sul. O barco foi virado após ser atingido por uma forte tempestade que atingiu a região do Pantanal. Do total de 21 pessoas que estavam na embarcação, 14 foram resgatadas, entre elas o médico de Rio Preto Geovanne Furtado Souza. Sete passageiros morreram.

O médico perdeu no acidente o pai, Geraldo Alves de Souza; o tio, Olímpio Alves de Souza; o sobrinho, Thiago Souza Gomes e o cunhado, Fernando Gomes de Oliveira. Também morreu o amigo dele Fernando Rodrigues Leão.

Em vídeo divulgado pelo médico, ele relatou que todos estavam em uma pescaria familiar. Momentos antes do acidente, eles faziam um churrasco no barco, quando foram surpreendidos pela tempestade. “Foram exatos seis segundos. Eu olhei a chuva, longe. De repente começou cair umas gotas no barco. Deu uma chacoalhada no barco. Ia cair um pirex de arroz e, em dois segundos, o barco virou. Não adernou, com água entrando devagar, como a gente vê em filmes”, relatou o médico.

O coordenador do resgate das vítimas, o capitão Rodrigo Alves Bueno, do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, afirma que Geovanne foi fundamental em orientá-los nas buscas das vítimas que ficaram submersas no barco.

“O senhor Geovanne, apesar de estar muito abalado pelo acidente e pelo desaparecimento de seus parentes, ainda teve condições de nos ajudar, dizendo em que parte do barco estavam as pessoas desaparecidas e ele ainda ajudou e ver o estado de saúde dos sobreviventes”, diz o oficial de bombeiros.

Rodrigo diz que a maior dificuldade nas buscas foi o fato das pessoas estarem presas em cômodos do barco, com acesso dificultado pela baixa visibilidade e fortes correntezas do rio Paraguai.

Segundo a Marinha, depois que foi encontrada no domingo a sétima vítima do naufrágio, as buscas foram encerradas. “O casco da embarcação naufragada foi corretamente iluminado, a fim de garantir a segurança da navegação, e foram instaladas barreiras de contenção para prevenção à poluição hídrica. O proprietário da embarcação naufragada é o responsável pela retirada do casco da embarcação do local em que se encontra. Nesse sentido, a CFPN já intimou o representante dos proprietários para a tomada de providências”, informou em nota.

As causas e responsabilidades do acidente serão apuradas por meio de Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN), a ser conduzido pela CFPN. O prazo é de até 90 dias podendo ser prorrogado por mais três meses. Ao ser concluído, a Marinha encaminha ao Tribunal Marítimo, que é o responsável pelo julgamento.

Além da Marinha, o acidente será investigado pelo 1º Distrito Policial de Corumba, mas até o fechamento desta edição, o delegado que ficará resposnável pelo inquérito, ainda não tinha sido escolhido.


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