Direito

Justiça decreta prisão preventiva de diretores de empresa investigada por prática de pirâmide financeira



A Justiça de Santa Fé do Sul (SP) converteu de temporária para preventiva a prisão do diretor geral e diretora financeira da empresa investigada por praticar esquema de pirâmide financeira, segundo a Polícia Federal.

Além do diretor geral Murilo Dantas Oliveira e da diretora financeira, o empresário Eduardo Bercelli Mendes também cumpre prisão preventiva. Já a ex-sócia do empresário fica em liberdade cumprindo medidas cautelares determinadas pela Justiça.

Por telefone, a defesa de Eduardo e Murilo disse que não foi comunicada da decisão da Justiça e afirmou que as prisões deles são desnecessárias e foram fundamentadas de forma genérica, sem base concreta, por isso aguarda uma análise mais profunda do caso pela Justiça.

O grupo foi preso na operação Ponzi, deflagrada pela Polícia Federal de Jales (SP) no dia 11 de novembro.

A investigação apontou que Eduardo e Murilo tinham uma empresa que oferecia serviço de crédito. Eles apontavam vantagens relacionadas ao investimento de economias, com a promessa de um retorno de 6% ao mês. A empresa, contudo, não tinha meios para repassar os valores aos investidores.

Segundo o delegado da Polícia Federal de Jales, Jackson Gonçalves, a investigação começou a partir de uma denúncia de que um empresário de Santa Fé do Sul captava dinheiro do mercado e pagava juros maiores do que os oferecidos pelos bancos sociais.

“Quanto mais ele pegava o dinheiro e pagava, mais as pessoas investiam e mais propagandas eram feitas nas mídias, a ponto dele ter pagado uma matéria na Revista Forbes, como se fosse um empresário de sucesso no Brasil, bem sucedido, que andava com carros luxuosos, lanchas e aviões, e que tinha imóveis", explica.

"Tudo isso enchia os olhos dos investidores, que achavam, cada vez mais, que aquele era o caminho certo. Com essa forma de agir, ele conseguia cada vez mais investidores.”

O delegado explica que, depois da captação dos recursos dos investidores, os juros pagos não eram com a receita dele, mas com o dinheiro de outros investidores que entravam no ciclo financeiro.

“Esse tipo de atividade é denominado como pirâmide financeira. A hora que os investidores pararem de entrar na cadeia, ela vai ruir. Aí quem entrou e pagou, não vai receber. Por isso o crime de economia popular”, afirma.

“A quantidade de vítimas ainda não foi confirmada. Com a deflagração da operação e cumprimento das buscas, vamos analisar o material e documentação apreendidos. A partir da documentação, vamos poder chegar ao número de vítimas.”

O esquema teria movimentado aproximadamente R$ 100 milhões em quatro anos, ainda de acordo com a PF.


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