Um estudo realizado pela TransUnion apontou que 40% dos brasileiros já foram expostos a fraudes por meios digitais como e-mail, internet, telefone e mensagens de texto. Destes, 10% relataram ter sido vítimas efetivas dos golpes, com perdas médias estimadas em R\$ 6.311.
O levantamento, que analisou o cenário global entre agosto e dezembro de 2024, identificou que 53% dos entrevistados no mundo sofreram tentativas de fraude nesses canais. No entanto, 47% sequer perceberam que haviam sido alvo. A prática de “vishing” — quando golpistas ligam fingindo representar empresas confiáveis para obter dados pessoais — foi a mais mencionada.
Globalmente, 29% dos entrevistados relataram prejuízos financeiros com fraudes no último ano, com média de US\$ 1.747 (aproximadamente R\$ 10.683). A geração Z foi a mais afetada, com 38% relatando perdas, enquanto entre os Baby Boomers, apenas 11% passaram pela mesma situação.
Segundo Wallace Massola, gerente de Soluções de Prevenção à Fraude da TransUnion Brasil, os criminosos estão migrando para métodos mais sofisticados, como invasão de contas. Em 2024, esse tipo de golpe teve aumento de 20% em relação ao ano anterior, enquanto as tentativas suspeitas de fraude digital cresceram 11%.
O Brasil apresentou índice de fraude digital de 5,4%, acima da média global. No ranking de transações suspeitas, o país ficou em sexto lugar entre quase 20 mercados analisados, com taxa de 6,1%.
A segurança dos dados também impacta o comportamento do consumidor. Cerca de 59% dos entrevistados estariam dispostos a trocar de empresa por uma experiência digital mais segura. Já 77% destacaram a proteção das informações como fator decisivo para comprar online.
O relatório mostrou ainda que 62% das pessoas deixaram de usar um site por medo de fraudes, e 48% abandonaram carrinhos de compras por desconfiança quanto à segurança. No Brasil, 40% desistiram de compras online por acharem excessivo o volume de informações solicitadas ou por falta de confiança na proteção dos dados.
Ambientes de interação social, como fóruns e sites de relacionamento, lideraram os índices de fraude digital em 2024, com 12% globalmente e 15,2% no Brasil. Jogos eletrônicos, apostas online e o varejo também estão entre os segmentos mais afetados.
De acordo com a TransUnion, criminosos exploram a confiança em plataformas sociais para aplicar golpes emocionais e financeiros, manipulando vítimas por meio de perfis falsos e histórias inventadas. “Essas fraudes não apenas comprometem dados sensíveis, mas também geram prejuízos financeiros significativos”, alerta Massola.