Editorial

Fernandópolis 82 anos: pandemia expôs a nossa maior fraqueza. É preciso mudar enquanto há tempo



Fernandópolis completa 82 anos neste sábado. Fosse uma pessoa já teria tomado as doses da vacina contra o coronavírus. Ou não, vai que ela seria uma negacionista que acredita na possibilidade de ter um chip chinês na seringa...

Bem, o objetivo deste texto não é falar sobre isso.

O mundo está em crise, o Brasil está em crise, os municípios estão em crise. E como diria algum coach, uma crise representa uma oportunidade. Bem, nisso eles não estão errados.

O problema é que crise do coronavírus, antes de tudo, apresentou, de maneira escancarada, a nossa maior dificuldade: a capacidade de dialogar.

Nossos irmãos estão morrendo e até hoje, 14, 15 meses depois do início da pandemia, Prefeitura e toda a estrutura do município, UPA, Santa Casa e serviços particulares de saúde, não conseguiram alinhar, sequer, um fluxograma padronizado de atendimento.

Nos bastidores, é um jogando a culpa para o outro. E ninguém somando forças para resolver o problema. O maior problema que já surgiu na história da cidade.

Tivemos até uma “guerra fria” entre uma entidade e Santa Casa, envolvendo campanhas, doações e desconfiança mútua. A lista de picuinhas dos últimos tempos é enorme.

E a lista de picuinhas da história da cidade, eterna.

Lógico que esses problemas não anulam as boas ações individuais feitas por cada ente.

Mas o viés aqui é outro.

Como dito acima, este é um momento crítico da história de Fernandópolis. E as autoridades, forças políticas e entidades do município têm uma decisão importante para tomar: vamos continuar como estamos ou vamos colocar Fernandópolis em outra Era?

Se Fernandópolis não se unir e tomar as decisões corretas agora, as chances de não nos recuperarmos nunca mais é imensa. Os vizinhos estão aí como prova.

Ninguém vai defender uma utópica união política em todos os sentidos e entre todos os atores, mas quem tem o poder, quem está a frente das entidades – daquelas que importam, principalmente -, e quem tem mandato, precisa, diferenças à parte, dialogar e agir na mesma direção.

É 2021, não tem mais espaço para “coroné” e política feita na base do Rolando Lero.

Precisamos de diálogo, ponderação e trabalho.

Ninguém é otimista quanto a isso, afinal, nem para enfrentar a morte aqueles que tem o futuro da cidade nas mãos se uniram, conversaram e caminharam com soluções em conjunto.

Mas o alerta precisa ser feito. E foi.

Parabéns, Fernandópolis!


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