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‘Colapso do sistema é iminente’, afirma secretário de Saúde



O secretário de Saúde de Rio Preto, Aldenis Borim, afirmou que, sem o fechamento do comércio e serviços não essenciais, o colapso no sistema de saúde da cidade seria "iminente". Com aumento de casos positivo de Covid e internações em leitos de enfermaria e UTI em alta, o médico disse que em poucos dias o município poderia ter pacientes com a doença morrendo "à míngua" em leitos comuns disponíveis em Unidades Básicas de Saúde (UBS) da rede pública municipal, sem suporte de ventilação e oxigênio.

"Até semanas atrás a taxa de internação estava aceitável. Mas em pouco tempo saímos de 50% (taxa de ocupação de leitos) para 95% de ocupação. Com essa ocupação variando até 100% o colapso é iminente", disse Borim. "(Pacientes de Covid) Poderiam morrer sem respiradores nas unidades", completou. O secretário explicou que a variação entre 95% e 100% em um único dia é resultado de altas e óbitos registrados pelos hospitais nas 24 horas analisadas.

Na projeção feita pelo médico, que também está à frente do comitê de enfrentamento ao coronavírus, na hipótese de um colapso no sistema de saúde de Rio Preto os pacientes com Covid que precisassem de atendimento hospitalar não deixariam de ser atendidos. Segundo Borim, neste cenário os casos que resultassem em mortes não ocorreriam nas casas dos pacientes, mas nos postinhos, para onde os infectados são levados até o sistema encontrar uma vaga na rede com leito adequado. "Temos 27 Unidades Básicas de Saúde. Em caso de colapso e o paciente sentir-se mal, a determinação é colocar para dentro (do postinho), mas daí não conseguiríamos leito por falta de vaga."

O secretário de Saúde citou o caso de Manaus, capital do Amazonas, onde pessoas infectadas morreram asfixiadas no início do ano por falta de oxigênio e de leito equipado para tratar a infecção — o estado também 'exportou' pacientes para outras regiões do Brasil por falta de vagas. "Citei Manaus apenas porque ficou conhecido no Brasil inteiro, mas sem comparar com a situação de Rio Preto. Outros lugares do País também têm casos graves, mas não como Manaus. Tenho certeza absoluta que só por uma catástrofe mundial chegaríamos a uma situação igual a de Manaus", completou.


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