O Brasil se despediu nesta sexta-feira (20) de um dos maiores empreendedores do turismo nacional. Faleceu aos 93 anos, em São José do Rio Preto (SP), o empresário Benito Benatti, fundador do parque aquático Thermas dos Laranjais, um dos mais visitados do mundo. O velório foi realizado na Câmara Municipal de Olímpia, cidade que Benatti ajudou a transformar, das 10h às 16h. O sepultamento ocorreu no Cemitério Municipal.
Natural de Neves Paulista (SP), Benito nasceu em 4 de julho de 1932, filho de Margarida e Giuseppe Valentino Baliano. Embora não tenha nascido em Olímpia, foi na cidade que ele fincou raízes, construiu sua trajetória e deixou um legado imortal. Sua vida foi marcada por visão empreendedora, ousadia e amor por sua terra adotiva.
De metalúrgico a criador de um império aquático
A história de Benatti começou com negócios simples. Primeiro, fundou uma autoelétrica e, em seguida, uma metalúrgica que gerou empregos e ajudou a movimentar a economia local. Mas foi na década de 1980 que sua visão ultrapassou os limites do empreendedor comum.
Em um local onde décadas antes a Petrobras buscava petróleo sem sucesso, Benito viu uma nova riqueza: águas termais. Onde muitos enxergavam um poço abandonado, ele viu uma oportunidade de transformação. Assim, em 24 de junho de 1985, teve início a construção do Thermas dos Laranjais, inaugurado dois anos depois, em 1987.
Inspirado por experiências internacionais e pela própria natureza, Benatti ousou criar atrações inéditas, com criatividade e coragem. O parque foi crescendo — lago a lago, toboágua a toboágua — até se tornar o parque aquático mais visitado da América Latina e o segundo mais visitado do mundo, com mais de 2 milhões de visitantes por ano.
Um legado para além dos números
Sob sua liderança, Olímpia passou de cidade interiorana a potência turística. Hoje, é a segunda cidade com mais leitos hoteleiros do estado de São Paulo. O Thermas dos Laranjais gera mais de 10 mil empregos diretos e indiretos, impactando profundamente o desenvolvimento da região.
Benatti jamais exerceu cargo político, mas era considerado por muitos como o “prefeito sem pasta” — uma liderança silenciosa, porém decisiva. Estava presente diariamente no parque, caminhando entre as atrações, cuidando dos detalhes e garantindo que o sonho permanecesse vivo, mesmo nos dias mais difíceis.